Câncer de Bexiga

Tumor de Bexiga: Sintomas, Diagnóstico e Opções de Tratamento

O tumor de bexiga é uma condição que afeta principalmente o revestimento interno desse órgão e pode apresentar diferentes graus de agressividade. Embora seja mais comum em pessoas com mais de 55 anos, o câncer de bexiga pode afetar indivíduos de todas as idades e, portanto, é importante conhecer os sinais e as opções de tratamento disponíveis.

Neste post, vamos explorar os principais aspectos relacionados ao tumor de bexiga, incluindo fatores de risco, diagnóstico e as opções de tratamento mais modernas e eficazes.

O que é o tumor de bexiga?

O tumor de bexiga, também conhecido como câncer de bexiga, se refere a um crescimento anormal e descontrolado das células da bexiga. Existem diferentes tipos de câncer de bexiga, sendo o mais comum o carcinoma urotelial (também chamado de carcinoma de células transicionais), que surge nas células que revestem o interior da bexiga.

Além disso, há outros tipos mais raros, como o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. Cada tipo de tumor tem suas particularidades, o que influencia nas estratégias de tratamento.

Fatores de Risco

Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de um tumor na bexiga. Entre os mais comuns, estão:

  • Tabagismo: O uso de cigarros é o fator de risco mais significativo. Estima-se que fumantes tenham até três vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga do que não fumantes. Isso ocorre porque as substâncias químicas presentes no cigarro são filtradas pelos rins e eliminadas pela urina, afetando diretamente as células da bexiga.

  • Exposição a substâncias químicas: Indivíduos que trabalham em indústrias de tinturas, borracha, couro, metalurgia ou que lidam com produtos petroquímicos podem ter maior risco de exposição a substâncias carcinogênicas.

  • História familiar: Pessoas com histórico familiar de câncer de bexiga ou outras doenças genéticas relacionadas podem ter maior predisposição à condição.

  • Infecções crônicas da bexiga: Infecções urinárias frequentes ou crônicas, assim como o uso prolongado de sondas urinárias, podem aumentar o risco de desenvolvimento de tumores na bexiga.

Sintomas

Os sintomas do tumor de bexiga podem variar conforme o estágio e a gravidade da doença. Nos estágios iniciais, os sinais podem ser sutis, mas é importante ficar atento aos seguintes sintomas comuns:

  • Hematúria: Presença de sangue na urina é um dos sintomas mais frequentes. Às vezes, a quantidade de sangue é visível a olho nu (urina avermelhada), mas em muitos casos só é detectada por exames laboratoriais.

  • Dor ou ardência ao urinar: A sensação de dor ou desconforto durante a micção pode indicar um problema na bexiga.

  • Urgência urinária: Sensação frequente de necessidade de urinar, mesmo que a quantidade de urina seja pequena.

  • Dor pélvica ou lombar: Dor na região da pelve ou nas costas pode indicar um problema mais avançado.

Esses sintomas não são exclusivos do câncer de bexiga e podem estar associados a outras condições, como infecções urinárias. No entanto, é essencial procurar um médico para uma avaliação completa caso algum desses sinais se manifeste.

Diagnóstico

O diagnóstico do tumor de bexiga geralmente envolve uma série de exames e procedimentos para confirmar a presença da doença e determinar o estágio. Entre os principais métodos de diagnóstico estão:

  • Exame de urina: Um exame simples para verificar a presença de sangue ou células cancerígenas na urina.

  • Cistoscopia: Um procedimento que permite ao médico visualizar o interior da bexiga através de um cistoscópio, um tubo fino com uma câmera.

  • Biópsia: Se houver suspeita de câncer, uma amostra de tecido da bexiga pode ser coletada durante a cistoscopia e enviada para análise.

  • Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética (RM): Esses exames de imagem ajudam a avaliar a extensão do tumor e verificar se ele se espalhou para outras áreas.

Opções de Tratamento

O tratamento para o tumor de bexiga depende do estágio da doença, do tipo de câncer e do estado geral de saúde do paciente. A seguir, estão as principais opções de tratamento:

  1. Cirurgia

    • Ressecção transuretral (RTU): É um procedimento comum em estágios iniciais do câncer de bexiga. Um cistoscópio é inserido pela uretra, e o tumor é removido da bexiga sem necessidade de cortes externos.
    • Cistectomia parcial: Em casos mais avançados, pode ser necessário remover parte da bexiga.
    • Cistectomia radical: Quando o câncer está em estágio avançado, pode ser necessário remover toda a bexiga, e em alguns casos, órgãos adjacentes também são retirados.
  2. Quimioterapia A quimioterapia pode ser utilizada antes ou após a cirurgia, dependendo da gravidade do tumor. Ela pode ser administrada diretamente na bexiga (quimioterapia intravesical) ou via intravenosa para atingir células cancerígenas em todo o corpo.

  3. Imunoterapia Uma abordagem mais recente e promissora é o uso de imunoterapia, que estimula o sistema imunológico do corpo a combater as células cancerosas. No caso de câncer de bexiga, uma das opções mais usadas é o Bacilo de Calmette-Guérin (BCG), uma bactéria que, quando introduzida na bexiga, ajuda a estimular uma resposta imunológica que destrói as células tumorais.

  4. Radioterapia A radioterapia utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser usada como tratamento primário para pessoas que não são candidatas à cirurgia ou como tratamento complementar à cirurgia e à quimioterapia.

  5. Terapias-alvo Terapias-alvo são tratamentos que agem diretamente em genes ou proteínas específicas das células cancerígenas, limitando o crescimento do tumor sem afetar tanto as células saudáveis. Elas são particularmente úteis em casos avançados ou em pacientes que não respondem bem a outros tratamentos.

Acompanhamento e Prognóstico

O acompanhamento é fundamental após o tratamento do tumor de bexiga, pois a taxa de recidiva (reaparecimento do câncer) pode ser alta, especialmente em casos de tumores superficiais. Consultas regulares, cistoscopias e exames de imagem são essenciais para monitorar o paciente e garantir a detecção precoce de qualquer sinal de retorno da doença.

O prognóstico varia conforme o estágio em que o câncer foi diagnosticado. Tumores detectados precocemente e tratados adequadamente apresentam uma boa taxa de cura. No entanto, tumores mais avançados podem requerer tratamentos mais agressivos e contínuos.

Considerações Finais

O câncer de bexiga é uma doença que exige atenção aos sinais iniciais e acompanhamento médico regular. Com o avanço das opções de tratamento, as chances de recuperação e controle da doença têm melhorado significativamente. A combinação de diagnóstico precoce, estratégias de tratamento personalizadas e cuidados pós-tratamento são essenciais para proporcionar qualidade de vida ao paciente. Se você tiver dúvidas ou notar algum sintoma relacionado, consulte um urologista para uma avaliação completa.

Dr Saulo Teles

Urologista
CRM-SP 178.337  l  RQE 93.595

Urologista pelo Hospital Albert Einstein, com especialização em Uro-Oncologia e Cirurgia Robótica.